Carmen 76 (in Brazilian Port. by Julio S. Moraes) |
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Se é que lembrar-se do bem que se fez é um prazer para o homem justo que pode a si
mesmo dizer que jamais quebrou um juramento, nem jamais, para enganar seus
semelhantes, abusou do poder dos deuses, pergunto que alegrias são a paga deum amor
mal recompensado, ó Catulo, por mais longa que seja a tua vida!
Tudo que alguém possa dizer ou fazer de mais benevolente, já disseste e fizeste em
vão aos ingratos que não cessam de te enganar. Para quê prolongar esta tortura? Toma
coragem e rompe para sempre tuas cadeias e, quando os deuses condenarem teus atos de
amor, põe fim, tu mesmo à tua desdita. É difícil renunciar de repente a um tão
prolongadoamor; difícil
sem dúvida ; mas deves fazê-lo assim mesmo. Porque aí está tua única saída. Deves
obter esta vitória. É preciso. seja isto possível ou não. Ó deuses dos céus, se a
piedade for um de vossos atributos e se alguma vez ajudastes a um infeliz que luta
contra as supremas angústias da morte, contemplai meu infortúnio e, mesmo que minha
vida não tenha sido bastante pura, livrai-me deste flagelo destruidor que se
insinuando como tórpido veneno em minhas veias baniu toda alegria de meu coração!
Não peço que esta me seja devolvida, ou, -- isto seria pedir o impossível --curar-me
desta negra doença! Deuses, concedei-me esta graça como prêmio de minha profunda
piedade!
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© copyright 22-10-2006 by Julio S. Moraes |
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