Furius, tu que nem sequer um escravo tens, nem dinheiro,
Percevejos ou teias de aranha, nem fogo, mas um pai e uma madrasta cujos dentes
podem moer pedras, mas tens sorte
com teu pai e a duríssima mulher de teu pai.
Não te admires: porque vocês três estão bem, digerem bem ,
Nada temem -- nem incêndios, nem ruína grave, nem mal-feitos, nem tentativas de
envenenamento, nem acidentes perigosos.
E têm o corpo mais seco que um chifre,
Ou o que seja tão seco quanto um chifre;
E estão acostumados ao frio e à fome.
Porque então tudo não está bem e abençoado para você?
Não suas demais, nem tens excesso de saliva, muco e outras emissões nasais ominosas.
A tanta limpeza junte mais limpeza. Além disso, tens um ânus Mais puro que um saleiro e não chegas, num ano inteiro,
A defecar mais de dez ou doze vezes, e o que defecas é mais
Sólido que uma fava ou um seixo e se o seguras nas mãos, não
Consegues sujar sequer um dedo.
São estas tão belas vantagens, Furius, que não deves
Delas fazer pouco caso. Ou pensar que não têm valor.
Deixe então de pedir as dezenas de sestércios a que estás acostumado: porque já és
abençoado bastante