Às Lágrimas, ó Venus e Cupidos.
E quanto há de homens mil enamorados.
O pássaro de mia amada morreu,
O pequenino que era seus prazeres,
Mais estimado que seus próprios olhos.
De uma doçura sem par, amava a dona
Como menina à mãe. Nunca saindo
De seu colo, pulava para lá
E para cá, pipiando a sua senhora.
Ele ora vai por vias tenebrosas,
De onde dizem que ninguém retorna.
Malditas sede vós, sombras cruéis
Do Orco! Consumis o que há de belo!
Tão belo pássaro lhe haveis roubado!
Que caso infausto! Ó pobre passarinho!
Por tua causa se banham os olhinhos
Vermelhos e doídos de mia amada
Nas lágrimas que tua ida lhe incutiu.