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 Gaius Valerius Catullus     
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Carmen 14
In   by  Julio S. Moraes.
Se não gostasse tanto de ti quanto de meus próprios olhos, ó agradabilíssimo Calvus,
eu te odiaria com aquele ódio que votei a Vatínio (a quem processei). Que fiz eu,
que disse eu para que me assassines mandando-me tantos maus poetas? Que os deuses
amaldiçoem aqueles dentre teus clientes que ousam mandar-te obras tão sacrílegas.
Se, como suspeito, tiver sido o gramático Sulla, que te deu estes presentes, tão
atuais e picantes, não vejo nisto nenhum mal; ao contrário, acho ótimo que seus
trabalhos não tenham sido perdidos. Mas, grandes deuses, que horríveis, que
execráveis livros mandaste a teu pobre Catulo, para fazê-lo morrer num dia tão belo
quanto este das Saturnais! Mas não sairás quite desta brincadeira de mau gosto!
Porque amanhã bem cedo correrei às estantes dos livreiros, dos Césios, Aquinos,
Sufinos e outros venenos, e as esvaziarei e enviarei a ti, devolvendo-te suplício
por suplício.Vocês, poetaços, fora daqui, voltem a onde encontraram seus tão maus
versos, castigo de nossa era, péssimos poetas.
In   by  Catullus.
Ni te plus oculis meis amarem,
iucundissime Calve, munere isto
odissem te odio Vatiniano:
nam quid feci ego quidve sum locutus,
cur me tot male perderes poetis?
Isti di mala multa dent clienti,
qui tantum tibi misit impiorum.
Quod si, ut suspicor, hoc novum ac repertum
munus dat tibi Sulla litterator,
non est mi male, sed bene ac beate,
quod non dispereunt tui labores.
Di magni, horribilem et sacrum libellum!
Quem tu scilicet ad tuum Catullum
misti, continuo ut die periret,
Saturnalibus, optimo dierum!
Non non hoc tibi, false, sic abibit.
Nam si luxerit ad librariorum
curram scrinia, Caesios, Aquinos,
Suffenum, omnia colligam venena.
Ac te his suppliciis remunerabor.
Vos hinc interea valete abite
illuc, unde malum pedem attulistis,
saecli incommoda, pessimi poetae.
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